"Dicas" para comer melhor (e menos) – Parte 1

 

Esgotado pelo trabalho, no final do dia, atira-se ao pacote de bolachas; diante de uma série televisiva, ao domingo à tarde, saboreia gelado; para partilhar o prazer com os filhos, lancha sistematicamente com eles, e como eles… Todas estas ocasiões, sem que necessariamente tenha consciência, fazem-no comer demais e nem sempre bem. Se se tornam frequentes, mais cedo ou mais tarde, a balança ou o fecho das calças vão acusá-lo. Quando o aporte calórico ultrapassa sistematicamente as necessidades, o excesso vai armazenar-se directamente na gordura abdominal e noutras zonas do corpo.

PORQUE COMEMOS DEMAIS?

Come demais devido ao stress

Vive a 100/hora e não tem tempo para uma pausa. A ansiedade provoca tendência para petiscar alimentos com gordura e açucarados com o propósito de acalmar. Na verdade, o stress aumenta a secreção de cortisol, uma hormona que estimula o apetite. E não são os legumes que apetecem, mas sim os alimentos gordos e com açúcar, que aumentam a secreção de serotonina, o neurotransmissor de bem-estar e prazer, associando o paladar a memórias agradáveis. Comer é também uma forma de fugir a emoções negativas (sobrecarga de trabalho, problemas familiares, uma má notícia…). Mascara a emoção, em vez de a encarar tentar ultrapassar.

Come demais por aborrecimento

Come quando não tem nada para fazer: à espera do jantar, diante de um programa de televisão desinteressante, domingos à tarde em casa… comer vai ocupá-lo alguns minutos e trazer um momento de descontracção, através da secreção de serotonina. Mas a satisfação é limitada e pode até levar a sentimentos de frustração prejudiciais. Assistimos a isto durante o confinamento, em que as pessoas metidas em suas casas com acesso directo à despensa e ao frigorífico, aumentaram em média 2,5 Kg. Atenção especial se tem o hábito de procrastinar: comer é também uma forma de diferir uma tarefa que não tem vontade de cumprir.

Como demais por maus hábitos

Sem se dar conta, tem hábitos alimentares prejudiciais: toma invariavelmente um ou mais lanches com os seus filhos, alimenta-se mesmo sem ter fome, a sua refeição tem sempre entrada, prato principal e sobremesa doce. Fá-lo por hábito e não por conexão com os sinais de fome e saciedade.


TOME CONSCIÊNCIA

Por todas estas razões que nos fazem comer demais, a primeira coisa a fazer é recuar e compreender onde está o problema. Que emoções experimentamos quando soa a campainha que nos faz precipitar para a comida? A distinguir da verdadeira sensação de fome. Quais são os hábitos alimentares que herdámos da nossa família que temos de pôr em causa?


ESCUTE-SE

Se o problema está em si, a solução também. Aprender a gerir as emoções, pôr em causa os velhos hábitos, descobrir actividades que lhe dêem prazer e fontes de bem-estar são algumas pistas para explorar.

Para ajudar, na próxima semana, daremos algumas “dicas”.



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