Antes de começar a usar o primeiro laxante que lhe vem à mão, leia estas regras e adopte-as para viver em paz com o seu intestino.
1 – Reveja a forma como se alimenta. A alimentação tem um papel primordial no funcionamento do trânsito intestinal. Mas antes de questionar o que deve comer, assegure-se que dedica tempo suficiente às suas refeições e que mastiga adequadamente. A mastigação correcta facilita a progressão no tubo digestivo e a sua evacuação.
2 – Coma legumes, fruta e hidratos de carbono integrais. Para estimular o trânsito é necessário ingerir 20 a 35g de fibras por dia. Como? Colocando na ementa de cada refeição frutos e legumes frescos da estação e de preferência biológicos pois os pesticidas podem induzir obstipação. E também legumes e frutos secos e outros alimentos integrais. Por exemplo, em 100g, as lentilhas contêm 7,8g de fibra, os figos secos 11g, o pão integral 7g, os espinafres 3g, a maçã com casca 2,1 g. Se tiver tendência para a distensão abdominal aumente o aporte de fibra progressivamente.
3 – Escolha bem os seus alimentos. Contrariamente ao que se pensou durante longo tempo, nenhum alimento é interdito. Bananas, chocolate e arroz não são necessariamente obstipantes. Os seus efeitos variam de pessoa para pessoa. Escute o seu corpo e perceba o que lhe é mais conveniente. Precauções: evite os produtos transformados/refinados, não coma carne vermelha mais do que uma vez por semana, não termine a refeição com sobremesas doces. Excepto fruta assada ou cozida de vez em quando, ananás ou papaia, cujos enzimas facilitam a digestão.
4 – Beba pelo menos 1,5l de água por dia. Para que os resíduos alimentares progridam bem nos intestinos, devem estar bem hidratados. Pode aromatizar a água com rodelas de limão, folhas de hortelã, pau de canela ou fatias de pepino. As tisanas também são contabilizadas como água.
5 – Caminhe pelo menos 30 min por dia. Para favorecer uma boa motricidade intestinal, é essencial mexer-se. Faça uma marcha constante, de preferência após a refeição e esqueça os elevadores e escadas rolantes. Paralelamente, complemente com uma actividade desportiva semanal. O importante é movimentar-se e retirar disso prazer para manter a motivação.
6 – Privilegie certas posições de ioga. As posturas mais eficazes são aquelas que vão comprimir suavemente ou trabalhar ao redor da zona de apana (entre o umbigo e o púbis), com expirações longas e profundas que partem do pavimento pélvico. As posturas em torsão permitem estimular os órgãos em profundidade, melhorando a flexibilidade da coluna, sobretudo ao nível da região lombar, solicitada quando o abdómen está tenso devido à flatulência.
7 – Reduza o stress. A perspectiva de uma reunião importante ou de um evento familiar pode ser o suficiente para bloquear o intestino durante alguns dias. Para outros, é impossível ir à casa de banho durante uma viagem. Isto não tem nada de surpreendente, pois o intestino é muito sensível ao stress. O intestino alberga tantos neurónios como o cérebro e a interacção entre os dois é permanente. É por esta razão que os gastroenterologistas encorajam cada vez mais os seus pacientes a realizar terapias como ioga, acupunctura, taichi, meditação, hipnose…
8 – Quando consultar o médico? Ainda que muitas vezes desconfortável, a obstipação raramente traduz uma situação grave. Mas se o seu trânsito intestinal está bloqueado e nunca tinha sofrido de prisão de ventre e não houve qualquer modificação dos seus hábitos de vida, deve consultar o médico. Uma obstipação antiga, que habitualmente resolvia com medidas simples e que agora se torna resistente, também deve constituir um sinal de alerta. Se associada a dor anal, emagrecimento importante e/ou sangue nas fezes, é também motivo para procurar ajuda médica.
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